domingo, 9 de maio de 2010

Em noite de festa por volta à elite, Ceará vence o Flu em Fortaleza


  Foto: Photocamera/Divulgação
Conca tenta se livrar da marcação durante derrota do Fluminense
Foto: Photocamera/Divulgação

Depois de 17 anos longe da Série A, Vovô faz 1 a 0 no Tricolor carioca e deixa feliz o torcedor que compareceu ao Castelão

Por GLOBOESPORTE.COMFortaleza-Ce
Pouco importa se foi apertado, em um jogo ruim e com um gol cheio de reclamações por parte do adversário. O torcedor do Ceará só quer saber de comemorar. De volta à primeira divisão depois de 17 anos, o Vovô estreou no Brasileirão com vitória sobre o Fluminense, neste domingo, no Castelão, por 1 a 0 (confira o vídeo com os principais lances).
Geraldo, de pênalti, foi o responsável pela festa que começou antes mesmo de a bola rolar ao som de tambores na arquibancada. O resultado coloca os cearenses na sexta colocação, com três pontos, assim como Atlético-MG, Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras, Avaí e Guarani.
O Tricolor carioca, por outro lado, não tem o menor motivo para comemorar. São três partidas sob o comando de Muricy Ramalho e três derrotas. Ainda é cedo para se alarmar, mas a zona de rebaixamento já faz parte da realidade do Flu, 17º colocado.
Na próxima rodada, o Fluminense recebe o Atlético-GO, no Maracanã, sábado, às 18h30m (de Brasília). Já o Ceará tem uma parada dura pela frente, contra a garotada do Santos, domingo, às 16h, na Vila Belmiro.
Mais consistente, Ceará larga na frente
O batuque na arquibancada e a festa incessante da torcida do Ceará antes do apito inicial era justificada. Afinal, após 17 anos o Vovô está de volta à Série A do Brasileirão. Com os times em campo, estratégias completamente opostas. Enquanto PC Gusmão manteve a equipe vice-campeã cearense e ignorou os reforços, Muricy Ramalho realizou de cara três mudanças entre os titulares. Escalou Julio César, Willians e Cássio, e se deu mal.
Nitidamente mais entrosado e no embalo da torcida, o Ceará começou a partida pressionando. Marcando a saída de bola, o time de casa já tinha desperdiçado duas oportunidades em cobranças de falta com pouco mais de um minuto. O Tricolor carioca tentava sair para o jogo com Willians e Conca, mas era sempre parado pela boa marcação cearense.
Até os 20 minutos, o que se viu foi muita disposição ofensiva das duas equipes, com superioridade evidente do Ceará na posse de bola. Faltava, no entanto, qualidade para criar boas oportunidades. E o primeiro lance de perigo aconteceu aos 21: Geraldo avançou pela direita e cruzou no segundo pau para Misael voar na frente de Gum. A cabeçada foi para fora.
Nos pés de Conca, o Flu deu o troco aos 22 e aos 25. Primeiro, o argentino aproveitou rebote da zaga e tentou encobrir Diego, jogando por cima do travessão. Em seguida, o meia deixou André Lima em boa posição para chutar. A bola desviou na zaga e saiu.
Naquele momento, o time carioca já tinha equilibrado o jogo e mantinha a bola no campo ofensivo. E foi justamente graças a essa ousadia tricolor que o Ceará abriu o placar. Aos 33, Diguinho bobeou no campo ofensivo e foi desarmado por Michel, que puxou o contra-ataque. O volante serviu Geraldo, que entrou na área e foi derrubado por Cássio.
O zagueiro, último homem, até travou a bola, mas empurrou o adversário pelas costas para cometer pênalti e ser expulso. Na cobrança, muita reclamação dos cariocas. Geraldo fez a paradinha e chutou para a defesa de Rafael. Ednilson Corona levantou a bandeira, dedurou o avanço do goleiro e o árbitro Paulo César Oliveira invalidou o lance. Na segunda tentativa, o meia do Vovô não perdoou e abriu o placar.
Geraldo comemora gol do CearáGeraldo comemora enquanto Rafael lamenta: jogadores do Flu reclamaram bastante da arbitragem

Já sem um de seus três zagueiros, o Fluminense perdeu também Gum, que, lesionado, deu lugar a Leandro Euzébio. Apesar dos problemas, o time até se aventurou no ataque e assustou em cobranças de faltas de Marquinho e Conca. Nada que tirasse o sono de Diego.
Flu melhora, mas sequer assusta
Com um jogador a menos, Muricy resolveu seu problema colocando em campo no segundo tempo um jogador que parecia valer por dois: Everton, que entrou na vaga de Willians. Eficiente na marcação e nos passes, o volante acertou a saída de bola, fez a ligação da defesa com o ataque e permitiu que o Tricolor equilibrasse as ações. Conca e Mariano também passaram a participar mais da partida, mas tudo era desperdiçado quando chegava até André Lima. Atabalhoado, o atacante não conseguia dar sequência nem concluir as jogadas.
Na mesma medida em que o Flu se mandou para o ataque, o Ceará recuou e passou a apostar nos contragolpes. A partida ficou monótona e com pouquíssimas finalizações. Até os 20 minutos eram apenas 10 (seis dos cearenses e quatro do Tricolor).
 Aos 23, chutes completamente tortos de Marquinho e Julio Cesar praticamente eliminaram as esperanças do torcedor carioca, em desespero diante da inoperância da equipe. Lance válido de registro mesmo somente o chute de longe distância de Tony, aos 29, para defesa de Rafael.
Foi o último suspiro ofensivo do Ceará, que ainda perdeu Heleno, expulso por falta dura em Wellington Silva (veja o vídeo). Quanto ao Fluminense, apenas uma chance real de empate, desperdiçada por André Lima, na frente de Diego, aos 46. Desespero tricolor e frenesi alvinegro ao som de “o Ceará voltou”.



CEARÁ 1 X 0 FLUMINENSE
Diego; Diogo, Fabrício, Anderson e Thiago Fernandes (Ernandes); Michel, Heleno, Careca (Tony), Geraldo e Erick Flores (Clodoaldo); Misael.
Rafael, Gum (Leandro Euzébio), Digão e Cássio, Mariano, Diguinho, Conca, Marquinho e Julio Cesar (Wellington Silva); André Lima e Willians (Everton).
Técnico: PC Gusmão
Técnico: Muricy Ramalho
Gols: Geraldo, aos 37 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Mariano, Digão e Conca (Fluminense) Geraldo, Careca e Heleno (Ceará) Cartões vermelhos: Cássio (Fluminense) Heleno (Ceará)
 Local: Castelão Data: 09/05/2010 Arbitragem: Paulo César Oliveira (Fifa/SP), auxiliado por Ednilson Corona (Fifa/SP) e Herman Brunel Vani (SP).

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